Eu sempre brinco que chefe é igual pai ou mãe: não escolhemos, não necessariamente nos identificamos, mas compreendemos sua autoridade e sua importância dentro daquele determinado núcleo. E assim como fazemos com nossos pais, a gente às vezes assume o papel de críticos diante dos nossos chefes, apontando o dedo aqui e ali, julgando os discursos, contestando as decisões e, sobretudo, criando ao redor dele o mito do “chefe chato”… até o dia em que nos tornamos pais. Até o dia em que nos tornamos chefes.
Até o dia em que você é a mãe chata, o pai chato, o chefe chato. A gente passa a carregar o peso das decisões, a responsabilidade final se alguma coisa der errado, e a difícil missão de fazer tudo o que é necessário, sem contudo causar impopularidade ou antipatia entre os membros.
Não sendo fácil dormir e acordar todos os dias com este título, muitos chefes acabam se atrapalhando na atuação de seu papel, permitindo inclusive que sua personalidade e código moral pessoal (e não o do grupo) sirvam de referência para o tom de voz e para suas atitudes diárias.
Por isso, minha primeira dica para lidar com um chefe chato é compreender a sua personalidade. Você pode assumir uma posição arisca e insociável com o seu chefe, ou você pode observar quais são as situações que o chateiam ou lhe causam frustração, para então prevenir qualquer situação desagradável, e evitar “dar motivos”.
A segunda dica, complementa a primeira: pense estrategicamente na postura que você vai adotar diante do seu chefe. Na maioria das vezes, o chefe chato tem consciência da maneira como é visto por sua equipe, e por isso, a última coisa de que ele precisa é alguém para criticá-lo e deixá-lo ainda mais inseguro. Por isso a postura mais estratégica a se adotar, é a postura de solidariedade e disposição: mostre a ele que ele você está disponível para ajudá-lo e dividir uma tarefa ou o peso de uma decisão.
Você só tem a ganhar com esta postura, pois além de promover uma imagem positiva a seu respeito, com o tempo ele pode relaxar e deixar de ser o chefe chato que ninguém gosta. Bom pra você, bom pra ele.
E a terceira dica é não reagir aos comportamentos e atitudes desagradáveis. A inabilidade do chefe chato em lidar com as pressões de sua função, torna-o cada vez mais insuportável e insustentável para a convivência. O assunto dele é chato, os discursos são chatos e cheios de hipocrisia, as brincadeiras são mais chatas ainda… mas se você reage, você entra na ciranda do funcionário insatisfeito.
E por mais razão que você tenha, por mais evidente que a incompetência do chefe chato seja, nada há de mais valioso do que a paz na hora de dormir. No que depender de você, tente não dar muita importância a este assunto e nem torná-lo prioridade da sua pauta profissional, para que sua concentração e excelência no trabalho não sejam comprometidas. Não torne a história do chefe chato a sua principal distração.
Aproveite os mecanismos formais de feedback e diálogo da sua empresa (de preferência na presença do representante de RH) para expor suas insatisfações e pontos de vista de maneira muito serena e profissional.
E lembre-se que, em última análise, o convívio com o chefe chato pode ser uma valiosa oportunidade de crescimento pessoal pra todos que o cercam: aprendemos a dar o nosso melhor ainda que ele não aparente merecer, e ignoramos os defeitos e atitudes desagradáveis, para não nos tornarmos escravos deles.
Sejamos o exemplo vivo do profissionalismo e sobriedade que esperamos encontrar no chefe.
Boa semana 😉
é difícil mais eu consigo!
bjos!
Adorei o post…
Muito bem! A gente precisa se esforçar e aproveitar qualquer oportunidade de auto-crescimento! Bjs, linda! =**
muito boa mesmo me ajudou.